A crise econômica e o desemprego em alta aceleraram a migração para os medicamentos genéricos no início deste ano no Brasil, impulsionando o crescimento do mercado farmacêutico. De janeiro a março, enquanto as vendas de remédios no geral cresceram 5,28%, o avanço em genéricos foi de 9,28%, para 356,7 milhões de unidades, segundo dados da IQVIA, que audita as vendas da indústria.
Em receitas, considerados todos os descontos concedidos (PPP, na sigla em inglês), o crescimento dos genéricos foi de 13,4%, contra 9% do mercado em geral. “O cenário econômico tem contribuído para a migração para os genéricos, que hoje representam o principal instrumento de acesso a medicamentos no país”, diz Telma Salles, presidente da PróGenéricos, entidade que congrega os 17 maiores laboratórios que atuam nesse mercado.
A confiança dos médicos também dá fôlego ao segmento. Dos 10 medicamentos mais prescritos no país, seis são genéricos, segundo auditoria da IQVIA nos balcões de drogarias e farmácias. Principalmente no tratamento de doenças crônicas, onde está concentrada a maior parte do portfólio, os pacientes têm aderido mais a essa classe de medicamento.
Hoje, esse segmento representa cerca de 34% do mercado farmacêutico nacional e há potencial para mais
Em 12 meses até março, as vendas de genéricos para tratamento de hipertensão arterial subiram 13,88%, contra 0,48% de avanço dos similares e queda de 6,44% dos remédios de referência (marca). Com esse desempenho, os genéricos representam 70,8% dos remédios para hipertensão comercializados no Brasil.
Fonte: Valor Econômico