Quem curte tomar injeção? Provavelmente ninguém, mas existe uma diferença enorme entre “não gostar” e “ter pavor” de agulhas. Se você faz parte desse segundo grupo, temos uma boa notícia
Uma equipe de cientistas de instituições como o MIT (Massachusetts Institute of Technology), a Escola de Medicina da Universidade Harvard e o KTH Royal Institute of Technology, na Suécia, desenvolveram uma pílula inteligente cuja função é substituir êmbolo e agulhas na hora de administrar medicamentos que não podem ser utilizados via oral. O mecanismo foi descrito em um artigo publicado na revista “Science”.
Antes, é preciso explicar que alguns medicamentos só podem ser administrados por meio de injeções por que a fórmula pode sofrer alterações consideráveis no ambiente ácido do estômago, fazendo com que a sua ingestão seja ineficiente. Aí a única solução é injetá-lo sob a pele, em um músculo ou em uma veia.
Então a pílula serve para isso. O que ela faz ao ser ingerida é aderir à parede interna do estômago e, a partir dali, injetar o remédio no local usando uma agulha. Sim, você leu certo: uma agulha.
A questão é que, ao contrário de uma injeção convencional, você não sentirá nada, uma vez que a região é escassa em células nervosas responsáveis pela sensação de dor.
Para saber a hora correta de injetar o medicamento, a pílula usa uma espécie de vidro feito de açúcar, que se dissolve depois de um tempo em contato com o suco gástrico. Quando isso ocorre, uma mola “dispara” a agulha, que injeta o remédio.
Outra solução interessante é o formato da pílula, inspirado pelo casco da tartaruga-leopardo, que faz com que ela sempre fique na posição ideal dentro do estômago independentemente de como ela venha a “cair” dentro do órgão.
Os pesquisadores citam como exemplo de benefício desse tipo de pílula o fato de que ela possibilitou, pela primeira vez, a administração de insulina por via oral com sucesso, o que melhoraria muito a qualidade de vida de diabéticos.
Se você se empolgou com a notícia, bem, é melhor conter a emoção: apesar de ter resultados promissores, a pílula inteligente ainda está longe de ser lançada. Por ora, ainda está em estágio conceitual e passou por testes apenas em animais. Ou seja: continuaremos tomando injeções pelos próximos anos.
Fonte: UOL