O Comitê Técnico-Executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) definiu em 0% o valor do fator de produtividade (Fator X) referente ao reajuste de preços de medicamentos para o ano de 2022. Com isso, o fator de ajuste de preços relativos intrassetor (chamado de Fator Z) também terá valor igual a zero.
Segundo análise de Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, a fórmula de reajuste deve indicar uma alta de 10,47% este ano. “Estimamos que o reajuste autorizado deverá chegar quase integralmente ao consumidor, com 60% afetando abril (6,36%), 31% afetando maio (3,27%) e o restante impacto junho (0,83%).
Sanchez pontua que o reajuste autorizado, por vezes não se reflete integralmente no IPCA, mas a correlação é relativamente alta, principalmente nos meses de incidência, abril a junho. “Outro aspecto relevante é que o preço de medicamentos, tal qual outro monitorado, tem comportamento de pulso, com grande parte do reajuste anual ficando concentrado em alguns meses. Em sendo assim, quando falamos de reajuste anual subentende-se que o impacto nos meses de abril a junho terá grande reflexo no ano, sem eventuais compensações”, ressalta.
Reajuste deve ajudar fabricantes
Uma análise do Citi estima que o aumento também fique em torno de 10%, o que seria positivo para as receitas de fabricantes como Hypera e Blau, que têm, respectivamente, 22% e 20% do seu portfólio impactado por reajustes.
As informações são do Valor Econômico. Segundo os analistas do banco, o reajuste também deve impulsionar a margem bruta de varejistas, como Raia Drogasil, no segundo trimestre, e aumentar as receitas de Oncoclinicas, uma vez que a maioria dos seus contratos são ligados à CMED.
Fonte: Panorama Farmacêutico