Em 2018, já foram confirmadas 839 óbitos por influenza. Em todo o período de janeiro a agosto do ano passado, foram 341: aumento de 146%
Em épocas de temperaturas mais baixas, a propagação de gripes e resfriados é comum. (//iStock)
O número de mortes por influenza aumentou 146% em 2018 em comparação com todo o período de sazonalidade da doença do ano passado , que vai de 01 de janeiro a 12 de agosto de 2017. De acordo com o Ministério da Saúde, este ano, até o dia 16 de julho, foram confirmados 839 óbitos pela doença no país. Em 2017, até 12 de agosto, foram 341. O número de casos da doença também cresceu no país: até 16 de julho foram registradas 4.680 infecções em todo o país contra 4.064 (esse dado inclui os casos de síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave ou SRAG) na sazonalidade do ano passado.
Existe a possibilidade da baixa adesão à Campanha Nacional de Vacinação ter contribuído para o aumento no número de casos e mortes da doença. Foram necessários mais de três meses para atingir a meta de 90% do público-alvo. Apesar disso, alguns grupos de risco ainda estão com cobertura abaixo da média: apenas 77,8% das gestantes estão vacinadas e 76,5% das crianças.
Vírus em circulação
Também houve uma alteração no vírus em maior circulação no país este ano, em comparação com o ano passado. Em 2018, a maioria dos casos de gripe (60%) foi causado pelo subtipo H1N1, tendo provocado a morte de 567 pessoas (67,5%). No ano passado, o vírus de maior circulação foi o H3N2, que representou 64,8% dos óbitos.
Este ano, o Ministério da Saúde ainda registrou 991 casos e 140 óbitos por H3N2, 335 registros de influenza B, com 46 óbitos e os outros 541 de influenza A não subtipado, com 86 óbitos. Entre os estados, os com maior número de casos são São Paulo (1.702), Ceará (376), Paraná (432) e Goiás (378).
Baixas temperaturas
É importante ressaltar que o vírus da gripe está presente o ano todo, mas o número de casos da doença aumenta no outono/inverno porque as temperaturas mais baixas favorecem sua propagação, já que as pessoas ficam mais tempo aglomeradas em ambientes fechados.
Ampliação da vacina
Desde o último dia 25 de junho, o governo ampliou o público-alvo da vacina depois que a meta não foi alcançada, estendendo para crianças de 5 a 9 anos e idosos de 50 a 59 anos. Nestas faixas etárias, já foram aplicadas 1.233.120 doses, sendo 499.707 em crianças e 676.311 em idosos. Segundo a pasta, a vacinação deve continuar até quando as cidades tiverem estoques de vacina disponíveis.
A vacinação contra o vírus da gripe é essencial. Segundo um relatório da OMS, cerca de 650.000 mortes por ano estão associadas a doenças respiratórias causadas pela doença. O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) afirma que a maioria dessas mortes ocorreram entre pessoas com mais de 75 anos e nas regiões mais pobres do mundo.
Gripe x Resfriado
Os sintomas da influenza, tanto a sazonal quanto à pandêmica, não são muito diferentes: em geral, os primeiros sintomas são calafrios (ou sensação de frio) e febre em alguns casos, com temperaturas corpóreas variando entre 38 a 39 °C. Os principais sintomas da gripe são:
- Dores pelo corpo, especialmente nas articulações e garganta
- Febre e frio excessivo
- Fadiga
- Cefaléia
- Olhos irritados e lacrimejantes
- Vermelhidão dos olhos, pele (particularmente face), boca, garganta e nariz
- Em crianças, sintomas gastrintestinais, principalmente diarréia e dores abdominais.
Já os resfriados são mais brandos e geralmente não trazem complicações graves como pneumonia.
Fonte: Veja Saúde.