Estudos têm ligado o uso de alguns medicamentos clássicos a efeitos imprevistos e perigosos, como câncer e diabetes.
Drogas como aspirina, hidroclorotiazida (HCT, diurético usado contra hipertensão), estatinas e omeprazol estão na lista de medicamentos essenciais da Organização Mundial da Saúde.
Por causa do custo relativamente baixo e da ampla base de usuários em todo o mundo, as questões de segurança relacionadas a esses remédios geram interesse e reação de profissionais de saúde e da indústria farmacêutica.
Um estudo dinamarquês recentemente publicado na revista científica Journal of the American Academy of Dermatology mostrou que o uso de hidroclorotiazida está associada à maior incidência de alguns tipos de câncer de pele.
A base de dados era formada por registros obtidos entre entre 2004 e 2012 de 80 mil pessoas que tiveram câncer e outro 1,5 milhão que não teve a doença.
Comprimidos de aspirina, um dos medicamentos recentemente associados ao aparecimento de câncer; novos estudos têm encontrado efeitos colaterais graves relacionados a drogas clássicas, lançadas a décadas – AFP.
Outra fabricante da droga, a Sanofi diz em nota: No Brasil, trabalhamos com a Anvisa para atualizar todas as bulas dos medicamentos que contêm hidroclorotiazida, incluindo o aviso sobre a associação do uso de longo prazo deste produto com câncer de pele não melanoma. Também seguindo as orientações da Anvisa, a Sanofi enviou uma carta aos profissionais de saúde, em dezembro de 2018, alertando sobre esse risco.
Indicações:
Aspirina
- Indicada para alívio de dores e prevenção de infarto e AVC
- Estudo com idosos associou o uso ao aumento da mortalidade por câncer; outras pesquisas mostram bom prognóstico em pacientes oncológicos
Estatinas
- Classe de drogas que reduz o nível de colesterol ruim (LDL) no organismo
- Droga pode aumentar a glicemia (taxa de açúcar no sangue), o que está ligado ao diabetes; a prevenção de mortes por AVC e infarto compensa o risco
Hidroclorotiazida
- Diurético amplamente adotado no tratamento da hipertensão
- Uso crônico está ligado à chance de desenvolver câncer de pele, embora o índice de complicações seja baixo
Omeprazol
- Empregado no tratamento de úlceras, esofagites e outras condições
- Estudos o associa ao aparecimento de câncer gástrico, mas há fatores de confusão que impedem o estabelecimento de causalidade, como a auto-prescrição, o que pode agravar problemas
Fonte: UOL