A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) disponibilizou uma cartilha sobre como o farmacêutico deve agir para atender os clientes da farmácia, bem como o que fazer em casos suspeitos de coronavírus. Confira a seguir:
- Farmácias são porta de entrada. As farmácias são frequentemente o primeiro ponto de contato com o sistema de saúde para quem tem preocupações relacionadas à saúde ou, simplesmente, necessita de informação e aconselhamento confiável. Além disso, elas tornaram-se parte importante, às vezes indispensáveis, ao sistema público de saúde.
- Garantir o abastecimento. As farmácias devem garantir o suprimento de medicamentos e materiais de proteção individual necessários e devem colaborar para a educação em saúde e gerenciamento colaborativo com hospitais e unidades de saúde em momentos de crise em saúde pública.
- Responsabilidade em proteger a população e seus funcionários. Quando uma epidemia acontece, a farmácia é o estabelecimento que está na linha de frente e tem uma responsabilidade crucial na proteção à saúde da população. Como farmácias tem um grande fluxo de pessoas, e muitas dessas podem ser doentes assintomáticos, várias medidas importantes devem ser tomadas.
- Responsabilidade em atender pacientes suspeitos e encaminhar. É natural que pessoas com sintomas respiratórios busquem a farmácia para atendimento ou compra de medicamentos. A equipe deve estar apta a acolher, identificar, avaliar, orientar e encaminhar esse paciente.
- Oferecer atendimento remoto e entrega de produtos. Oferecer uma linha telefônica ou chat de atendimento, a fim de orientar clientes, bem como serviços de compra online ou delivery, deve ser priorizado, a fim de criar mecanismos para que os clientes não precisem ir à loja para obter informações ou adquirir produtos.
- Farmácias não fecham as portas. Em outros países que estão passando por epidemias graves do coronavírus, como China e Itália, mesmo com o estabelecimento da quarentena, as farmácias permaneceram abertas. Espera-se que o mesmo ocorra no Brasil.
Prevenção e segurança no atendimento aos clientes
- Prevenção na porta da loja. Cada cliente deve ser orientado a passar álcool gel 70% em ambas as mãos antes de entrar na loja. Em casos extremos, a temperatura de cada cliente deve ser medida utilizando um termômetro infravermelho (sem contato) na porta da loja e cada cliente deve receber uma máscara para ser usada durante todo tempo de permanência em loja. Clientes com temperatura acima de 37,0°C devem ser imediatamente encaminhados para atendimento pelo farmacêutico em área isolada da loja (por exemplo, sala de serviços farmacêuticos).
- Evitar aglomerações na loja. Os funcionários devem orientar os clientes em tempo hábil para evitar multidão na farmácia, recomendar que mantenham distância de outras pessoas de pelo menos 1 metro e, se necessário, higienizar itens tocados por clientes com álcool líquido 70%, após a saída do cliente, para reduzir o risco de infecção. Cuidado redobrado com as filas.
- Vendas de produtos para gripes e resfriados. A gôndola de autoatendimento para antitérmicos e antigripais deve receber atenção especial. As superfícies onde os clientes tocam devem ser desinfetados frequentemente com álcool líquido 70%. Um funcionário treinado deve abordar clientes comprando antitérmicos e antigripais a fim de identificar presença de sintomas sugestivos (como tosse, espirros, congestão nasal ou falta de ar) encaminhando casos positivos imediatamente para atendimento pelo farmacêutico.
- Cuidado com o pânico. Orientar que os clientes respondam à situação de epidemia racionalmente e não se deixem levar por rumores. O uso de medicamentos não previne a infecção por coronavírus. Por outro lado, o abuso de medicamentos em altas doses pode causar reações adversas, intoxicações e até mesmo necessidade de hospitalização.
Coronavírus: protocolo de atendimento ao cliente na farmácia
- Identificar clientes com sintomas suspeitos. Todo cliente identificado com sintomas de infecção respiratória deve ser encaminhado para uma área isolada, bem ventilada e devem ser atendidos pelo farmacêutico, que deve utilizar máscara durante todo atendimento.
- Fornecer ao cliente medidas de proteção imediata. Se um cliente entrar na farmácia com sintomas respiratórios recomenda-se: sempre oferecer máscara e, na falta desta, lenço de papel descartável. Orientar o cliente que não possua máscara que, ao tossir e espirrar, cubra o rosto com o lenço ou com o próprio cotovelo para evitar a disseminação do vírus. Manter distância de no mínimo um metro ao conversar com o cliente. Solicitar aos demais clientes que mantenham uma distância segura de pelo menos um metro.
- Atendimento e anamnese. Seguir o protocolo do Ministério da Saúde de atendimento para casos suspeitos, realizando anamnese do paciente a fim de conhecer seus sintomas, história recente e gravidade do quadro.
- Pacientes com sintomas leves de infecção respiratória, com suspeita de coronavírus. Orientar o paciente que vá para casa, permaneça isolado, tomando medidas de autocuidado. Caso ele não possa fazer isso por conta própria, deverá procurar atendimento médico imediatamente para avaliação e obtenção de atestado, a critério médico. Paciente acima de 60 anos ou portadores de doenças crônicas, mesmo com sintomas leves, devem ser encaminhados para atendimento médico imediatamente. Todos os pacientes devem ser orientados a procurar atendimento médico imediato caso os sintomas persistam ou piorem nas próximas 24 horas.
- Pacientes com sintomas moderados e graves de infecção respiratória. Pacientes com sintomas que indiquem maior gravidade, principalmente febre alta persistente há dias e dificuldade em respirar devem ser encaminhados imediatamente. O Ministério da Saúde recomenda que essas pessoas sejam atendidas na atenção primária à saúde ou unidades de pronto atendimento, evitando-se encaminhamento direto para hospitais.
- Medidas após o atendimento. Desinfectar locais e objetos de trabalho após a saída do cliente. Higienizar as mãos.
- Padronização e treinamento. Todos os funcionários devem ser treinados para seguir rigorosamente as recomendações de atendimento a casos suspeitos.
Fonte: Abrafarma